Felipe Camarão se consolida como nome mais viável do campo governista, em cenário de alerta para 2026

A nova rodada da pesquisa Luneta, divulgada em maio de 2025, acendeu o sinal vermelho para o grupo político ligado ao governador Carlos Brandão. Apesar de contar com o controle da máquina estadual e alianças consolidadas, a pesquisa mostra que Brandão não está em condições de indicar um sucessor competitivo para a disputa pelo Governo do Maranhão em 2026.

Felipe Camarão em 2º lugar: o mais viável do grupo

Em um cenário de nomes estimulados, Felipe Camarão aparece com 14,01% das intenções de voto, ocupando o segundo lugar e despontando como o nome mais viável dentro do campo governista. Ele supera com folga Orleans Brandão, que não decola e amarga 3,40%, mesmo com a força simbólica do sobrenome e apoio direto do atual governador.

Além disso, Camarão é apontado por 61% dos entrevistados como o candidato ligado ao presidente Lula — o maior ativo eleitoral do grupo. Mesmo assim, a transferência de votos de Lula caiu de 52,5% em dezembro para apenas 39,4% em maio, indicando que o nome apoiado por Lula precisa ser forte por si só para vencer.

Orleans não empolga e arrasta o grupo para baixo

A tentativa de impor o nome de Orleans Brandão como candidato de consenso já mostra seus limites. A rejeição ao governo Carlos Brandão, que só tem 4,5% de avaliação “ótima” e 13,2% de “ruim”, compromete qualquer estratégia baseada apenas na herança administrativa. Além disso, o apoio de Brandão só aumenta a chance de voto de 22% dos entrevistados — um dos índices mais baixos entre os líderes políticos avaliados.

Eduardo Braide lidera com folga e cresce no interior

O atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide, lidera todos os cenários da pesquisa, inclusive entre diferentes faixas etárias, de renda, gênero, religião e localização. Se antes seu apelo era majoritariamente urbano, agora os dados mostram que ele já apresenta crescimento relevante fora da capital, com destaque entre eleitores de 2 a 5 salários mínimos e de perfil evangélico.

Lahésio tem apelo específico, mas limitado

Outro ponto que merece atenção é o desempenho de Lahésio Bonfim, que aparece com 13,91%, empatado tecnicamente com Camarão, mas com um perfil mais restrito: cresce entre evangélicos e os mais ricos, mas tem alta rejeição entre os mais pobres e católicos.

Grupo governista precisa de unidade — e de realismo

A pesquisa também mostra que 63,4% da população quer uma mudança total na forma de governar o Maranhão, o que enfraquece qualquer discurso de continuidade. Ou seja: insistir em candidaturas fabricadas em gabinetes pode custar a eleição.

O grupo de Brandão só tem uma chance de vencer Braide: se unir em torno de um nome competitivo, com identificação com Lula e capacidade de enfrentar o desgaste da atual gestão. Nesse cenário, Felipe Camarão é o nome mais viável.

Qualquer outro movimento que ignore esse fato será um erro estratégico — e um presente para a oposição.