A cidade de Coelho Neto (MA) vive um momento histórico. Depois de anos de insegurança, medo e incerteza entre centenas de famílias da zona rural, o processo de regularização fundiária finalmente está avançando. O INCRA já iniciou o cadastramento dos moradores, um passo concreto rumo à garantia do direito à terra, às roças e ao sustento de inúmeras famílias. Por trás desse avanço, existe uma história de resistência, coragem e compromisso com a agricultura familiar. Uma luta que começou pequena, no povoado Carmo, mas que se transformou em uma mobilização municipal sem precedentes liderada por Antônio Pires, pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Coelho Neto (STTR) e por lideranças daquelas comunidades, assessorados juridicamente pela jovem advogada Janielle Pires. No ano de 2023, moradores do povoado Carmo procuraram o sindicalista Antônio Pires, relatando que estavam sendo impedidos de plantar, criar animais e manter suas roças. O motivo era a venda de grandes áreas do Grupo João Santos, cuja empresa passou a restringir o uso tradicional das terras, atingindo diretamente agricultores que há décadas sobrevivem da agricultura familiar. Neste momento decisivo, o STTR, sob a liderança do presidente Nhozinho Rodrigues (in memoriam) e Antonio Pires, abraçaram a causa. Começava ali uma batalha que ganharia força e repercussão em toda a região.
Audiências na sede do Ministério Público em Coelho Neto- MA, com moradores das comunidades afetadas, Antonio Pires, Nhozinho Rodrigues (in memorian), advogada Janielle Pires- 2023
À medida que os relatos se multiplicavam, outros povoados também denunciaram situações idênticas: trabalhadores rurais sendo pressionados, temendo perder suas roças, seu sustento e sua história. Foi então que o grupo formado por Antônio Pires, Nhozinho Rodrigues e Mauricélia Morais, Diretores do STTR de Coelho Neto, e assessorado pela advogada Janielle Pires, estruturou uma frente forte e bem articulada, com reuniões na sede do Ministério Público, com moradores e promotores da comarca, reuniões com a FETAEMA e a superintendência do INCRA em São Luís, levando representantes das comunidades afetadas; reuniões virtuais com representantes do INCRA nacional e com a Procuradora Federal Mayra Coraci, que diante das denúncias enviadas pelo Sindicato Rural de Coelho Neto, se sensibilizou e reconheceu a gravidade da situação, solicitando imediata agilidade à ouvidoria do INCRA para que se deslocasse às comunidades e verificasse pessoalmente o conflito fundiário em 2024, essa postura firme e célere foi fundamental para que o INCRA tomasse conhecimento direto da realidade vivida pelos trabalhadores rurais, acelerando assim todo o processo de apuração e encaminhamento das negociações, vejamos:
Reunião com o INCRA em São Luís, Antonio Pires, expondo a situação das comunidades rurais de Coelho Neto- MA, acompanhado do Presidente do Sindicato rural Nhozinho Rodrigues e de moradores das comunidades- 2023 Essa mobilização não foi apenas institucional. Ela foi humana, persistente e incansável. Foi protagonizada por pessoas que conhecem a realidade da zona rural, que sentem a dor da injustiça e que sabem o valor da terra para quem vive dela. A defesa dos trabalhadores rurais teve um preço. Enquanto lutavam pela regularização fundiária, Antônio Pires, o Sindicato Rural e moradores de algumas comunidades passaram a responder processos judiciais movidos pelo Grupo João Santos, em ações que pediam a desocupação das áreas. Mesmo sob pressão e diante de tentativas de intimidação, a luta continuou, ninguém recuou. Essa resistência firme foi decisiva para sensibilizar as autoridades federais e fazer com que, hoje, o INCRA esteja presente nas comunidades, cadastrando famílias e preparando o caminho para a titulação. Com o cadastramento em andamento, a regularização fundiária deixa de ser esperança e se torna realidade. A expectativa é que, em pouco tempo, as famílias finalmente tenham a segurança jurídica que sempre mereceram E é preciso reconhecer: sem Antônio Pires, sem o STTR de Coelho Neto, e sem a condução jurídica responsável da advogada Janielle Pires esse avanço não teria acontecido. Eles foram a voz, o escudo e a ponte entre os trabalhadores rurais e as instituições que podiam mudar essa história. Nada foi em vão, a luta que começou em 2023 está prestes a se transformar no maior avanço fundiário da história recente de Coelho Neto. A regularização não é apenas um documento, é o sonho, é a dignidade, é o direito de semear, colher e criar filhos na terra que sempre foi o lar dessas famílias. Hoje, Coelho Neto reconhece: a resistência salvou vidas, preservou histórias e deu voz a quem estava sendo silenciado. E, quando os títulos chegarem, cada página dessa vitória terá gravado o nome de quem não desistiu e quem foi incansável nessa batalha. SE O CAMPO NÃO PLANTA, A CIDADE NÃO JANTA.





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